Conheça alguns programas polêmicos que foram proibidos de circular pelas lojas virtuais.
Um dos maiores acertos das criadoras de sistemas operacionais para dispositivos móveis foi possibilitar o desenvolvimento e a comercialização de aplicativos para tablets e smartphones. Sucesso entre os usuários, jogos e ferramentas variadas aparecem aos montes nas lojas virtuais.
Mas nem todas as ideias têm o objetivo de divertir ou ajudar o usuário. Alguns aplicativos ofensivos ou sem utilidade não agradaram às gigantes da área, que foram obrigadas a removê-los de seu domínio, tornando-os verdadeiras lendas entre os fãs de tecnologia. O Tecmundo preparou abaixo uma seleção dos mais bizarros e polêmicos. Confira:
Phone Story
Suicídio e trabalho escravo nas fábricas digitais. (Fonte da imagem: Phone Story)
Banido de aparelhos iOS e atualmente permitido no Android, o aplicativo conta com um aspecto metalinguístico, pois conta o que seria “o lado negro do seu smartphone favorito”, mostrando como funciona o mercado de eletrônicos e a fabricação do aparelho. É uma crítica direta aos métodos industriais da Apple.
Qual foi o problema?
Se as críticas fossem tratadas de uma maneira politicamente correta, talvez não houvesse problema. Mas os desenvolvedores pegaram pesado: há fases que abordam temas como o trabalho escravo dos empregados, os frequentes suicídios de funcionários e uma suposta falta de qualidade dos produtos.
Trapster e PhantomALERT
Também banidos dos aparelhos que rodam iOS, o Trapster e o PhantomALERT são ferramentas para motoristas malandros: através de uma integração com o GPS, eles avisam os locais exatos de blitz policiais, radares e semáforos, indicando até mesmo uma rota alternativa para quem deseja escapar das autoridades.
(Fonte da imagem: Trapster)
Qual foi a punição?
Com esses serviços, tudo fica mais fácil para o motorista que bebeu mais do que o permitido ou que simplesmente não está com vontade de respeitar as regras do trânsito. Senadores norte-americanos argumentaram que o aplicativo seria uma ameaça à segurança de famílias inocentes, pedestres ou motoristas, que correm riscos ao dirigir ao lado desses condutores, que escapariam da fiscalização graças a essa ajudinha.
ThirdIntifada
Pausa para a aula de História: o termo “intifada” diz respeito a duas fortes ofensivas contra os israelenses ao longo dos últimos anos – e o objetivo aqui era organizar uma terceira. Além de permitir a troca de opiniões, o aplicativo incitava os usuários a organizar manifestos e ataques contra tropas de Israel que ocupam áreas de fronteira com países como o Líbano e a Síria.
(Fonte da imagem: Boston.com)
A companhia agiu certo?
Os conflitos no Oriente Médio já estão perigosos o suficiente – um aplicativo para causar ainda mais discórdia entre as nações é a última coisa desejada por quem está envolvido nisso. Por encorajar a prática de mais violência, o próprio governo de Israel solicitou à Apple a retirada do programa, excluído em junho.
Baby Shaker
O vídeo explica bem o funcionamento do jogo, que custava US$ 0,99: para silenciar o choro de um recém-nascido mostrado na tela, você precisa balançar o telefone até que a criança fique inconsciente. O objetivo é saber “quanto tempo você aguentar o barulho sem precisar chacoalhar o bebê”.
Por que não agradou?
Precisa mesmo explicar? O aplicativo foi considerado de péssimo gosto e gerou uma série de protestos, pois aborda um assunto sério – o ato de causar lesões a um bebê por chacoalhá-lo é considerado uma forma de abuso infantil. Durou pouco mais de uma semana.
Exodus Internacional
Enquanto o mundo todo luta contra a homofobia, um serviço lançado por uma controversa instituição buscava exatamente o contrário. Em vez de ofender duramente o público homossexual, desta vez a ideia era “curar” esse segmento da população, tudo através de um aplicativo que funcionaria como uma terapia com ensinamentos da Bíblia.
(Fonte da imagem: Reprodução / Boston.com)
O que aconteceu?
Em março, após um abaixo-assinado com mais de 150 mil nomes, o aplicativo foi banido por “ofender um grande grupo de pessoas”, segundo a Apple. Ainda assim, ele foi inicialmente aprovado para comércio, o que gerou algumas críticas ao sistema de avaliação da empresa.
Prohibition 2
O primeiro Prohibition foi um sucesso: ambientado durante a Lei Seca dos EUA, na década de 1920, o usuário gerencia um sistema de contrabando de bebidas. Já a sequência, que seria na Nova York atual, coloca você na pele de um traficante de drogas, controlando as finanças e a distribuição de várias substâncias durante 30 dias – e a Apple não gostou nada disso.
Em Candy War, à esquerda, é muito mais legal traficar chocolates. À direita, a versão banida pela Apple. (Fonte da imagem: Catamount Software)
Quais as medidas tomadas?
Em 2009, após ter o aplicativo banido por tratar de temas atuais e polêmicos, a Catamount Software refez o jogo com algumas atualizações engraçadinhas, como trocar o nome das drogas por “pirulitos” e “chocolates”, por exemplo. A versão mais leve – Prohibition 3: Candy War – foi aprovada no mesmo ano.
iSnort
Este aqui nem chegou a ser aprovado para integrar as lojas de aparelhos com iOS, Android, Blackberry ou Symbian. O aplicativo simula o consumo de cocaína: através da tela sensível a toque, você organiza fileiras com a droga e pode “aspirá-las” virtualmente.
Por que foi reprovado?
Por explicitar o consumo de uma droga ilícita, mesmo que fora da realidade, o aplicativo nem sequer foi disponibilizado oficialmente. No site do desenvolvedor, entretanto, é possível comprar uma versão para aparelhos desbloqueados.
I Am Rich
Qual a melhor maneira de mostrar que você é rico? Comprando um aplicativo, claro! Ao menos essa foi a ideia do desenvolvedor do I Am Rich (“Eu sou rico”, em português), lançado em 2008. E a função dele não foge muito do exibicionismo: quem arriscava adquiri-lo podia abrir no aparelho uma tela preta com uma pedra preciosa vermelha ao centro. O custo disso tudo? US$ 999,99.
(Fonte da imagem: Apple/Armin Heinrich)
Que fim levou?
Segundo o RealityPod, oito pessoas esvaziaram os bolsos para adquirir o aplicativo antes que ele fosse excluído, em 2011. A descoberta foi por acaso: durante um estudo sobre remoção de programas, um desenvolvedor independente notou a ausência do I Am Rich nas lojas virtuais. O motivo não foi esclarecido pelas empresas.
South Park
Os fãs de South Park não puderam curtir o polêmico desenho. (Fonte da imagem: Comedy Central)
Em 2009, os fãs do desenho estrelado por Stan, Cartman, Kyle e Kenny comemoraram: um aplicativo permitiria o streaming de episódios e clipes com os melhores momentos da atração. Mas a censura da Apple não permitiu que ele fosse comercializado, mesmo depois de toda a publicidade em cima do lançamento.
Ele era tão ruim assim?
Todo mundo conhece a fama de South Park de ser exageradamente ofensivo e até mesmo humilhante para algumas pessoas e classes – e esse foi o motivo alegado pela empresa para removê-lo da grade de aplicativos. Mas será que isso é o suficiente?
Pensando nisso, alguns críticos foram mais além: a Apple teria eliminado o aplicativo para não formar uma concorrência entre ele e os que oferecem conteúdos mais caros. Tudo faz menos sentido ainda quando ficamos sabendo que haveria uma classificação indicativa (proibido para menores de 17 anos) e que o iTunes oferece o mesmo serviço por US$ 1,99.
Fonte: Nilton Kleina (TecMundo)
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